Segurança da privacidade na era do Big Data (Parte 2)
Continuando a análise da Target e a segurança do cliente...
Pole deduzia que mulheres grávidas eram o tipo de consumidor ideial pra vender cada vez mais, pois se ao menos uma fração da grande quantidade de clientes grávidas e seus maridos começasse a fazer compras frequentemente na Target, isso somaria milhões de dólares ao faturamento da empresa.
O problema era: como as mulheres vão reagir quando perceberem o quanto a Target sabe sobre elas?
Pole tinha ciência de que mesmo seguindo leis de privacidade, poderia fazer coisas que causam mal-estar.
Exemplo disso foi um fato que aconteceu em Minnesota. Depois de Pole ter criado seu modelo de previsão de gravidez, um homem entra numa Target com um anúncio na mão exigindo falar com o gerente. O rapaz muito irritado questionou por que a filha dele que ainds estava no ensino médio estava recebendo cupons sobre produtos relacionados a bebês. "Estão tentando incentivar minha filha a engravidar?" questionou ele ao gerente. O gerente se desculpou no momento e em alguns dias depois, ligou para o rapaz e se desculpou novamente. Foi aí então que o pai da menina revelou que fazia sentido os cupons que a filha recebia pois havia descoberto após conversar com ela, que de fato ela estava grávida e então pediu desculpas ao gerente.
A Target não é a única empresa que gerou receios entre os consumidores, há um relato de uma pessoa que processou o McDonald's, a CBS, Mazda e Microsoft alegando que a agência de publicidade monitoravam seus hábitos de compra
Além da Target, Walmart e a Victoria Secret são exemplos de empresas que têm ações em andamento por pedir aos clientes que forneçam seus códigos postais ao usar cartão de crédito, no intuito de usar essas informações para descobrirmos seus endereços.
Pole e seus colegas sabiam que usar dados para prever gravidez de uma mulher poderia ser desastroso. Outro enigma então surgiu: como podiam fazer com que seus anúncios chegassem às mãos das futuras mães sem parecer que estavam espionando essas mulheres?
Camuflagem. "Com os produtos para grávidas, descobrirmos que algumas reagiram mal. Então começamos a misturar este monte de anúncios de coisas que uma mulher grávida nunca compraria, para que os anúncios de coisas para bebê parecessem aleatórios. Colocávamos um anúncio de cortador de grama ao lado de um anúncio de fraldas. Assim parecia que todos os produtos eram escolhidos ao acaso." ou seja, a Target começou a ensanduichar os cupons para fraldas entre produtos não relacionados à gravidez, que faziam os anúncios parecerem anônimos, familiares, confortáveis. Eles camuflaram o alvo principal. Sendo assim, as informações estão todas nas mãos da empresa, e o que eles farão com elas e como usarão nossas informações mais privadas... Bem, ninguem sabe.
Fontes:
DUHIGG, Charles. O Poder do Hábito. New York. Objetiva. 28 de fevereiro de 2012.
Por: Letícia Silveira Martins
Pole deduzia que mulheres grávidas eram o tipo de consumidor ideial pra vender cada vez mais, pois se ao menos uma fração da grande quantidade de clientes grávidas e seus maridos começasse a fazer compras frequentemente na Target, isso somaria milhões de dólares ao faturamento da empresa.
O problema era: como as mulheres vão reagir quando perceberem o quanto a Target sabe sobre elas?
Pole tinha ciência de que mesmo seguindo leis de privacidade, poderia fazer coisas que causam mal-estar.
Exemplo disso foi um fato que aconteceu em Minnesota. Depois de Pole ter criado seu modelo de previsão de gravidez, um homem entra numa Target com um anúncio na mão exigindo falar com o gerente. O rapaz muito irritado questionou por que a filha dele que ainds estava no ensino médio estava recebendo cupons sobre produtos relacionados a bebês. "Estão tentando incentivar minha filha a engravidar?" questionou ele ao gerente. O gerente se desculpou no momento e em alguns dias depois, ligou para o rapaz e se desculpou novamente. Foi aí então que o pai da menina revelou que fazia sentido os cupons que a filha recebia pois havia descoberto após conversar com ela, que de fato ela estava grávida e então pediu desculpas ao gerente.
A Target não é a única empresa que gerou receios entre os consumidores, há um relato de uma pessoa que processou o McDonald's, a CBS, Mazda e Microsoft alegando que a agência de publicidade monitoravam seus hábitos de compra
Além da Target, Walmart e a Victoria Secret são exemplos de empresas que têm ações em andamento por pedir aos clientes que forneçam seus códigos postais ao usar cartão de crédito, no intuito de usar essas informações para descobrirmos seus endereços.
Pole e seus colegas sabiam que usar dados para prever gravidez de uma mulher poderia ser desastroso. Outro enigma então surgiu: como podiam fazer com que seus anúncios chegassem às mãos das futuras mães sem parecer que estavam espionando essas mulheres?
Camuflagem. "Com os produtos para grávidas, descobrirmos que algumas reagiram mal. Então começamos a misturar este monte de anúncios de coisas que uma mulher grávida nunca compraria, para que os anúncios de coisas para bebê parecessem aleatórios. Colocávamos um anúncio de cortador de grama ao lado de um anúncio de fraldas. Assim parecia que todos os produtos eram escolhidos ao acaso." ou seja, a Target começou a ensanduichar os cupons para fraldas entre produtos não relacionados à gravidez, que faziam os anúncios parecerem anônimos, familiares, confortáveis. Eles camuflaram o alvo principal. Sendo assim, as informações estão todas nas mãos da empresa, e o que eles farão com elas e como usarão nossas informações mais privadas... Bem, ninguem sabe.
Fontes:
DUHIGG, Charles. O Poder do Hábito. New York. Objetiva. 28 de fevereiro de 2012.
Por: Letícia Silveira Martins
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